sexta-feira, 1 de abril de 2011

O universo simbólico da dança do ventre (4)

Dança do Candelabro (Raqs el Shemadan)


Essa é uma dança bem antiga e tradicional. É muito comum em festas de casamento ou batizados de crianças. A bailarina dança com o Shamadan, um candelabro aceso cheio de velas (7, 9, 13 ou até 17 velas), em cima da cabeça. De acordo com a tradição, elas simbolizam a luz e a felicidade que virá na vida dos noivos ou dos bebês. As velas geralmente são brancas, que significam a pureza, mas também pode-se usar outras cores, como vermelha (amor, sexo, fecundidade), verde (dinheiro), azul (carinho), amarelo (saúde), lilás (transmutação) e rosa.

"A dança do candelabro como parte da Zeffa egícia pertence ao início do séc. XX. Antes desta época, a zeffa era liderada por dançarinas e músicos mas a iluminação era fornecida apenas por velas especialmente produzidas para tanto, mediam 3 pés e eram especialmente decoradas para a festa. Outras pessoas participantes da ZEFFA carregavam pequenas lanternas com velas dentro que complementavam a iluminação da procissão. As velas especiais para casamento permanecem como parte da cerimônia até os dias de hoje.

Tradicionalmente a Zeffa acontece de noite, mudando de direção através das ruas da vizinhança da casa dos pais da noiva até a casa de seu noivo que passará a ser sua nova casa. Esta é a mudança oficial da noiva e é liderada por uma dançarina, músicos e cantores, seguidos logo após pela festa de casamento, pelos amigos e a família.


Existem músicas especiais para estas ocasiões com um ritmo específico conhecido informalmente como batida Zeffa. Esta seria sempre a música apropriada para usar durante a procissão de casamento.

Desde os anos setenta, em função das festas de casamento no Egito terem se tornado mais urbanas e modernizadas, a Zeffa se mudou junto com a festa para os ambientes hoteleiros. No hotel , a Zeffa vai acontecer na escadaria central do hotel indo para o hall da sala de recepção onde as festividades terão lugar. Dentro deste salão a procissão circunda todo o ambiente e deposita os noivos em tronos especiais ornamentados com flores num dos cantos da grande sala. Depois da Zeffa terminada, a dançarina ainda fará uso de mais música que pode ser típica para a ocasião ou não, para fazer a noiva se levantar e dançar, depois o noivo, e finalmente o casal é convidado a dançar juntos. A dançarina pode ainda apresentar um solo de candelabro que pode incluir até mesmo uma descida ao chão. Esta é a parte teatral da apresentação usada apenas para entreter os convidados, separada da parte tradicional da Zeffa." (texto escrito por Lucy Smith e traduzido por Lulu Sabongi).



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